Essa tirinha circulou muito por e-mail em 2009. Acho que ela representa realmente bem um fato verificável atualmente na sociedade em diversos contextos, que acaba por se refletir também na escola: a subjugação dos pais pelos filhos. Apesar dessa lógica a meu ver incorreta, hoje em dia os pais têm medo da rejeição dos filhos, de dizer "não", de impor limites. Os filhos generalizam essa falta de limites vivenciada em casa para outros ambientes, como a escola. Lá, não somente desrespeitam os professores como também os desfiam, se afirmando com frases do tipo "você não manda em mim", "vocês não são meus pais" e a clássica "são meus pais que pagam o seu salário". Alguns pais, por sua vez, também querem que seus modelos de educação sem imposições sejam adotados pela escola - afinal, não se pode traumatizar o menino dando a ele uma nota baixa - e por isso se impõem, selecionam os currículos adequados ou não, opinam de forma impositiva sobre certas atividades e fazem de tudo para que a metodologia da escola não possa oferecer nenhum desapontamento ou reprovação aos seus filhos. Desse modo, muitas vezes os professores se vêem impedidos de realizar bons projetos ou sugerir ideias inovadoras, bem como ficam bastante limitados na hora de avaliar as crianças. Isso para falar apenas dos pais, sem contar os impasses entre professores e coordenadores, diretores, psicólogos escolares, psicopedagogos, órgãos responsáveis pela educação etc.
Enfim, o que desejo essencialmente por meio dessa tirinha é reforçar que a escola não pode se conduzir como uma instituição alheia ao que ocorre do lado de fora de seus muros. A escola é influenciada pela sociedade em que se insere, pelo seu tempo, sua localização e principalmente, pelos modelos políticos vigentes. Tentar escapar à esta realidade só prejudica aos maiores beneficiados pela escola: os alunos. Por isso a escola precisa, antes de tudo, assumir-se como mais um dos diversos contextos e espaços onde a criança se desenvolve, para daí elaborar, discutir e pesquisar as melhores formas de se relacionar com estes outros contextos que tanto a influenciam.
Muito bom... parabéns!!
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